O Instituto Federal Sul-rio-grandense (IFSul) será o responsável por capitanear no Sul do Brasil o Programa dos Agentes Territoriais de Cultura. Com o slogan “A gente é da cultura, a cultura é da gente”, o objetivo é promover a transformação social e cultural através de ações pedagógicas, a iniciativa é uma parceria do IFSul com o Ministério da Cultura e, somente nesta região, disponibiliza 103 vagas para pessoas físicas com conhecimento sobre as dinâmicas culturais e locais de suas comunidades. Serão estes agentes os responsáveis por desenvolver atividades de promoção do acesso à cultura nas localidades.
Em todo o Brasil, o programa conta com 601 vagas, distribuídas regionalmente da seguinte forma: região Norte com 64 vagas; Centro-Oeste com 56; Nordeste com 175; Sudeste com 203; e Sul com 103. A distribuição atenderá 510 Regiões Imediatas que, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), são agrupamentos de municípios que têm como principal referência a rede urbana e possuem um centro urbano local como base.
Nesta segunda (4/nov), um evento online chamado de Acolhida Regional Sul Agentes Territoriais de Cultura ocorre a partir das 19h, via Google Meet.
O programa e suas ações
O Programa dos Agentes Territoriais de Cultura faz parte da estratégia de implementação do Programa Nacional dos Comitês de Cultura (PNCC). Conforme a coordenadora da Região Sul, Sandra Corrêa Vieira, a metodologia de implementação dos agentes tem a educação popular e a participação social como fundamentos, sendo um convite à transformação social e cultural, por meio de quatro ações pedagógicas:
1) Círculos de cultura
São espaços de diálogo horizontal entre os agentes no estado, que valorizam as culturas locais e promovem a reflexão sobre as vivências. Proporcionam aos agentes momentos de conscientização crítica sobre seu processo de formação, bem como a leitura e interpretação do território, permitindo-lhes refletir sobre suas ações de formação, comunicação, mobilização, atendimento e atividades de comunicação.
2) Territorialização da política cultural
Indica a necessidade de reconhecimento, identificação e fomento das diversas formas de expressão cultural e artística que se dão nos territórios onde elas são produzidas. Buscam o reconhecimento e a valorização de saberes e fazeres culturais em diferentes contextos e escalas territoriais. A perspectiva permite estimular não só a produção, mas também a circulação e o intercâmbio dessas expressões e de seus produtores.
3) Cartografia
Parte da inseparabilidade entre o conhecer e o fazer, propondo como método de sistematização das experiências vivenciadas (neste caso, pelos agentes), o acompanhamento dos percursos e das conexões com os atores locais para mapear, não apenas os territórios físicos, mas também os fazeres e as paisagens sociais, políticas e existenciais. Permitirá ao agente imergir nas relações que deseja compreender, reconhecendo que ele próprio é parte integrante do processo de pesquisa e ponto de partida para sua ação no território.
4) Comunicação comunitária
Ferramenta poderosa para reconhecer e amplificar as vozes das comunidades, conversando com os sujeitos nos territórios a partir da sua linguagem.